quarta-feira, 20 de maio de 2009

Parir e gozar.

Tenho verdadeira urticária por pensamentos engessados e acabo rindo do comportamento de mulheres objeto, por exemplo, mulheres frutas e afins e como os homens assimilam isto e consequentemente qual é o novo padrão de comportamento que vai se formando, mas enfim...

A sexualidade que existe muito mais para o outro ver do que você mesmo sentir.
- Ah, eu fico com gurias.
- Pq?
- Amiiiiga, os homens babam! Experimenta!

[ e o tesão onde fica?]

Ou...

- Vou pintar meu cabelo de vermelho.
- Ah, fica bonito com teu tom de pele...
- Sei lá, mas ruivas chamam mais atenção...

[ coloca mais 10 litros de silicone que dá o mesmo efeito]

E por aí vai, ainda mais quando se fala em preferência sobre posições sexuais e ainda escuto muuuitas amigas e conhecidas simplesmente realizando o que o parceiro gosta. De forma mecânica. E a vida é bonita e o BBB é demais!!!!!!

Li um texto estes dias sobre mulheres fáceis e mulheres difíceis...
É fácil se não há muito obstáculos em transar com ela.
Difícil se faz muito joguinho ou ainda, se quer discutir política ou assuntos que não faz respeito ao "mundo" dela.

Muito interessante, quero terminar de ler todos os textos do livro e dou minha opinião final, já antecipo que está norteando meu projeto de monografia, mas este não é o caso agora.

Hoje de tarde, procurando um assunto totalmente diferente, Sr. Google me apresenta um link que chamou atenção por duas palavras: Parir e gozar.

Óbvio que fui ler.

Expõe a relação da maternidade e da sexualidade muito bem. E sim. Há possibilidade de gozar muitoooo forte enquanto estiver parindo. Possibilidade com a presença de "n" fatores, não certeza disto.
Aquela expressão "relaxa e goza" nunca esteve tão certa.
Tirando casos de complicações, se a gestante estiver totalmente relaxada e num ambiente acolhedor, os trocentos hormônios e a cabeça da criança (quando está nascendo) que massageia o clitóris podem levar a um orgasmo.

Agora se estiver na mesa de cirurgia junto com estranhos te observando e aquela luz forte te deixando cegueta, daí fica quase impossível.

Vi uns vídeos de partos humanizados assistidos por parteiras já faz um tempo, só com mulheres em casa, parecendo um encontro de comadres que chegou a me arrepiar.

Culturas matrifocais sempre priorizaram este vínculo do corpo da mulher e sua cria, do sagrado feminino.
Com advento da cultura patriarcal, a mulher passou a ser só aquela que entrega o filho para a sociedade e ponto final. Que seja da forma mais rápida, moral e com menos gritos.






Com o tempo, as sensações, o resgate com que é mais primitivo em todos os aspectos do feminino perdeu força. A mulher se tornou suja, pecadora e sem valor. E pior, acreditou nas negativas apresentadas! Como resgatar estas experiências? Como relaxar se o correto até então é sentir dor?

Arrematando o ponto do tricô, meu desejo sincero de ouvir outros diálogos cotidianos.

No ponto de ônibus:

- Josi, minha vizinha disse que gozou quando ganhou o filho dela semana passada.
- Ah, que absurdo, Lucinda! Deve tá louca!
- Sério...

No mercado:

- Que bom que tu tá grávida, Daia! Tu vai ver como é bom parir!
- Ai, nem brinca com uma coisa desta, Vanessa!
- Depois que pari a Camila, lá em casa, no chuveiro, mudei meu conceito.


Enfim, que o parto como todas as coisas inerentes a mulher sejam naturais, livres de expectativas. Que exista exceção, mas só quando a necessidade se fizer presente.


Links

www.orgasmicbirth.com

http://revistatpm.uol.com.br/revista/87/reportagens/parir-e-gozar.html

3 comentários:

  1. Belo texto, mas não sei como dar uma opinião sobre o assunto... nem quero imaginar.

    Abração!

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  2. Tô procurando informações sobre partos e dei de cara com teu texto, vou seguir os links.


    Bem interessante! Pra mim e pra Juliana, que está a caminho. :)



    Beijo, Debora.

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Como assim?