sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Queda do muro de Berlim


 |Abre parênteses|


O fato a seguir aconteceu na mesma época que eu ainda acreditava que vivíamos dentro do planeta Terra. Esta teoria foi contestada com a  abertura do Casseta e Planeta que mostrava uma cobrinha passeando em um globo em movimento. Fora do globo! Que absurdo! Primeira aula sobre a lei da gravidade.


|Fecha parênteses|






O dia nove de novembro de 1989  seria mais um dia comum. Não de tédio, já que os dias de criança nunca são iguais.


Estava pulando, correndo de um lado para outro e o pai me chamou na sala.


Ele estava parado na frente da tv.


- Filha, olha só! Isso vai mudar o mundo!


O pai explicou algo de um povo separado por não sei lá o quê....Contudo, a imagem de pessoas felizes derrubando um muro por si só, ganhou todo espaço na memória. Talvez pela tenra idade ou por ainda não saber ler aqueles símbolos que passavam voando pela tela da TV.


 Pessoas estavam derrubando um muro e este fato, mudaria o mundo. Aquela notícia foi impactante. E as palavras foram proféticas:


 MUDAR O MUNDO!



E assim foi até que os livros de história, geografia, o tal do lance da guerra fria e os novos paradigmas sobre globalização resgatassem esta lembrança do baú.


Acelera a fita, José.


Vi, nesta semana, uma notícia sobre os 20 anos da queda do Muro de Berlim e não segurei um sorriso de cumplicidade.


Lembrei de uma guriazinha com os olhos hipnotizados na frente da TV, guardando com todo o cuidado a revelação do seu pai.


Hoje, perguntei pro meu velho se o mesmo lembrava da cena vinte anos atrás, acho que não, mas, riu. Os olhos ficaram molhados, não que seja novidade na família...


Disse pra ele:


- Pai, tu falou que ia mudar o mundo.


 Ele riu e em resposta:


- Mudou para pior!




  Êita! Tive que rir, afinal, além do coração mole, ironia também é um fator genético.

6 comentários:

  1. "- Mudou para pior!

    Claro que não mudou para pior por causa da queda do muro, mas porque há outros muros que precisam ser derrubados. O Marcos lembra "os muros das nossas casas" e eu entendo que ele tem razão e que quando diz isso está dizendo ainda mais, porque os muros das nossas casas são também os muros dos nossos preconceitos, os muros do nosso egoísmo, os muros das nossas ambições desmesuradas.
    Adorei seu post e não pude ser rápido e objetivo como você.

    Ótimo fim de semana.
    Beijos

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  2. Me lembro desse dia da queda do muro. Talvez para gerações atuais não tenha lá grande significado, mas significou muito sim para o contexto histórico de nosso planetinha azul em função do final dos sintomas da guerra fria (aquela jogo de quem vai apertar o botão vermelho 1º!??), também teve esse contexto de "derrubar barreiras". Claro, nem tudo se resolveu com a queda do muro, mas foi sim bastante singnificativo e simbólico tal ato. Espero que a humnaidade ainda derrube tantos outros muros que existem e nos cercam em nosso dia a dia.

    flw
    sandoval

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  3. Minha econômica amiga, ser interessante é ótimo mas também vago... acabei de assistir "A Mulher Invisível" achei ótimo e me vi em algumas das cenas... o que isso tem a ver com nosso papo?!? É que a idéia sendo vaga - como: "interessante" - permite-me inferir coisas que podem não ser reais, o que, para uma pessoa presunçosa como eu, é sempre um perigo (prá mim mesmo, é claro).

    Já te falei que gosto de "vc"?
    Pois, gosto!

    Óóóótima semana "Onda Negra"!

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  4. Claro que não é uma ofensa, Marguerita. Não entendi assim. E espero que você tenha entendido que o meu comentário neste post não o contraria em nada, eu apenas quis reforçar. Ou seja: seu pai está coberto de razão.
    Que seja ótima a sua semana.
    Beijos

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