quarta-feira, 28 de julho de 2010

Deficientes cívicos



Vale o destaque da reportagem sobre trânsito que foi publicado na Zero Hora de hoje.

"ZH – Até que ponto as relações no trânsito reproduzem as relações humanas de um modo geral?

Da Matta – Elas reproduzem as relações humanas com as quais nós fomos socializados. Dentro de casa, cada um tem seu espaço na socialização brasileira. Fomos criados em ambientes que comportam hierarquias bem definidas: arrumadeira, passadeira, lavadeira. São os últimos ecos de escravidão e de clientelismo que permeiam a sociedade brasileira. Esse quadro cognitivo, emocional, está nas nossas cabeças. Quando você vai para o trânsito, você tem uma situação desagradabilíssima: obedecer no Brasil é um sintoma de inferioridade. É um aspecto que a pesquisa identificou. Quem obedece, quem segue lei no Brasil, é babaca, idiota."

Na íntegra aqui.

Que casa muito bem com o comentário tecido pelo jornalista Alexandre Garcia [deu uma dentro], hoje de manhã, no Bom Dia Brasil.

"Ontem, eu esperava o sinal abrir e vi um carro estacionado em uma vaga para deficiente físico. Saiu uma senhora loira, bem vestida, que não tinha nenhuma deficiência. Abri o vidro do meu carro e gritei para ela: “A senhora esqueceu as muletas”. Ela disse que ia ficar um pouco. O sinal abriu e eu fui embora.

O problema é que as pessoas são deficientes cívicas. Não é lei. Falta em casa pai e mãe ensinarem a se cumprir a lei."

Tais reflexões resumem perfeitamente meus dias, a úlcera nervosa e a sinceridade irônica-imperativa com estes "deficientes" cívicos.

E os seus?
Haja força na peruca...





4 comentários:

  1. Existe uma lei no Brasil afirmando que quando você possui um carro com valor maior que 100 salários mínimos (o mesmo não precisa estar quitado), você pode criar suas próprias leis como ultrapassar sinais de trânsito e estacionar em locais proibidos.

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  2. Acho que nom!

    Marguerita

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  3. Umas das poucas coisas que me irritam de verdade, é a falta de educação no transito. É ver pessoas querendo levar vantagem, e PRA QUE?

    POWER!

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Como assim?