quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O povo se “lixa” para o povo

 O resumo da ópera. Cada povo tem a gestão que merece. 

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O povo se “lixa” para o povo

(06.10.10)

Por Dionísio Birnfeld,
advogado (OAB/RS nº 48.200)
 
O palhaço Tiririca foi um dos grandes nomes destas eleições. Comentado, debatido, ridicularizado, esteve e ainda está nas manchetes dos principais jornais e noticiários nacionais tanto pelo inusitado de sua candidatura como por acusações de irregularidades na comprovação de requisitos para a obtenção do respectivo registro.
Confessando publicamente que com ele “pior do que está, não fica” e que não sabia o que o faz um deputado, Tiririca é apenas um dos personagens do pleito que dão o que pensar.
O protagonista maior – e digno de avaliação -, porém, não recebeu um voto sequer. Aliás, só deu votos: o povo.
Apesar da tranqüilidade geral da campanha eleitoral, da evidente consolidação do sistema de votação e da naturalidade com que deposita suas escolhas nas urnas a cada dois anos, o povo ainda está muito atrasado em termos de maturidade democrática.
O povo vota no líder de aprovação que – mesmo rebocado por centenas de milhares de sufrágios - não terá mínimas condições de assumir qualquer liderança política.
Vota naquele que, sabidamente, não conseguirá sequer levar adiante as reclamações que lhes foram confiadas em “voto de protesto”. Aliás, que tipo de voto de protesto é este, que escolhe exatamente quem não vai protestar?
Vota no ex-jogador de futebol, que merece ser eleito pela suprema qualidade de ter sido...jogador de futebol!
Vota no político que abertamente diz que está se “lixando” para a opinião pública.
O povo é vítima de suas próprias escolhas. Não lhe assiste culpar sempre – pura e simplesmente – “os políticos” por suas mazelas, porque como eleitor não assume a responsabilidade sequer de pensar em escolher alguém que realmente deverá representá-lo bem.
Por que um político deveria se “lixar” para o que o povo pensa, se o próprio está se “lixando” para si mesmo?
O povo elege qualquer um. O povo aceita qualquer um.

Nada mudou.




Fonte:www.espacovital.com.br

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